sábado, 22 de setembro de 2007

Identificada mulher que abandonou o filho na mata, em Camaragibe

Identificada mulher que abandonou o filho na mata, em Camaragibe


Bebê abandonadoA Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA) localizou a mãe da criança que teria abandonado um bebê recém-nascido dentro de uma mata fechada em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, na tarde da última quinta-feira (20). A faxineira Maria Zilda da Silva, de 39 anos, deve ser autuada pelos crimes de abandono de recém-nascido e tentativa de infanticídio, crimes que podem somar até oito anos de prisão.

Chorando, a mulher confessou o crime no final da manhã desta sexta-feira (21), na GPCA, onde foi ouvida depois de a Gerência ter recebido informações do Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods), afirmando que a mulher tinha sido atendida em uma maternidade no bairro da Encruzilhada, Zona Norte do Recife.

A mãe contou que foi à mata na última quarta-feira (19), depois de sentir dores, notas um sangramento e levar duas quedas. Ela alegou não saber que estava grávida, acreditando que tinha um mioma no útero. A polícia não acredita na versão, já que nada explica o fato de ela ter decidido se deslocar até a mata se não soubesse que iria dar à luz.

Na GPCA, Maria Zilda contou ainda que depois de ter saído da mata procurou, sozinha, um hospital em Caramarige, informando que havia sofrido um aborto. Os exames detectaram que ela tinha dado à luz e ela foi encaminhada, em seguida, à maternidade, onde recebeu assistência médica. Depois de ter alta, na manhã desta sexta-feira, Maria Zilda foi levada para dar depoimento.

Antes de receber as informações, quatro policiais da GPCA faziam diligencias nos bairros de Camaragibe próximos à mata. As investigações começaram na tarde da quinta-feira.

ADOÇÃO
De acordo com o juiz da Infância e Juventude, Élio Braz, o bebê poderá chegar a seu novo lar em no máximo 45 dias. Apesar de muitas famílias já terem procurado a maternidade e terem se cadastrado junto ao Juizado, demonstrando seu interesse em adotar a criança, todo o procedimento legal ainda demandará uma avaliação. “É preciso saber se as famílias interessadas têm realmente condições de cuidar de uma criança”, explica o magistrado.

O juiz Élio Braz explica ainda que existe a possibilidade, que considera remota, de o pai da criança procurar a Justiça para reaver sua guarda. “Deve ser demonstrado que o pai tem um vínculo de afeto com o menino e que ajudou a mãe, mas considero improvável porque a decisão de ter abandonado o bebê foi um ato de desespero e que demonstra o desamparo da mãe”, explica.

ABANDONADO
A criança foi encontrada por três lenhadores que passavam pela mata e foi levada para a Maternidade Municipal de Camaragibe, aonde chegou com o corpo coberto de picadas de formigas e com dificuldade para respirar.

Na maternidade, ele vem recebendo o cuidado especial das enfermeiras que até já o chamam carinhosamente de Renato, nome com um significado, no mínimo, apropriado: quer dizer “renascido, aquele que tem mais uma chance de viver”. Renato pesa pouco mais de dois quilos e mede 47 centímetros.

O bebê ainda está sendo atendido na maternidade, onde está sendo medicado com antibióticos e recebendo soro. Segundo a médica Vera Dutra, o estado de saúde do menino é estável, mas ainda requer cuidados, pois há riscos de infecção. Só depois que receber alta, a criança deve ser encaminhada para a adoção.

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