quarta-feira, 9 de julho de 2008

Ate Quando Teremos que aguentar isso isto

Ate Quando Teremos que aguentar isso, isto só vai para quando um filho de um Presidente ou um Presidente Americano levar um tiro e morrer em nosso pais ai sim farão mil e uma coisas para acabar com a barbárie.


Por Luciano Siqueira*

O equívoco é prosseguir enfrentando o chamado crime organizado através da força bruta, com confronto direto e - incrível! – desigual e desfavorável, do ponto de vista bélico e operacional, às forças policiais. É o que ocorre nas zonas conflagradas do Rio de Janeiro e se repete, guardadas as peculiaridades locais, em outras grandes e médias cidades do país.

De quem é o equívoco? Dos governos que insistem no falso caminho, da mídia que aborda os eventos criminais de maneira espetacularizada e de parcelas expressivas da opinião pública, que por conseqüência, assim pede.

Episódios dolorosos como o que vitimou o garoto João Roberto, de três anos, domingo, no Rio, quando o veículo em que trafegava com a mãe e um irmão de 9 meses, foi brutalmente alvejado por policiais militares que supostamente perseguiam criminosos, são decorrência natural desse equívoco.

O protesto do pai do garoto, em desespero, é por si mesmo revelador. “Eu sou taxista, saio aos domingos para juntar um dinheiro para fazer a festa do meu filho. Eu nunca ia imaginar que eles iam executar minha família. Um carro preto passou pela minha mulher a 'mil' quilómetros por hora, ela encostou o carro como qualquer um faria para dar a vez à policia, (mas) eles não seguiram o carro, eles pararam, fecharam a minha mulher e metralharam o carro, com uma mulher e duas crianças. Minha mulher jogou a bolsa da criança pela janela para sinalizar que havia criança no carro, mas não adiantou. Ela então saiu do carro, desesperada, se colocou entre os tiros e está cheia de estilhaços. Eu não pago os meus impostos para virem executar a minha família.”

Ninguém pode se opor à repressão ao crime. Mas a ações repressivas devem se apoiar na inteligência e dialogarem com a prevenção. Este é um dos pressupostos fundamentais do SUSP – Sistema Único de Segurança Pública – que a duras penas o governo federal vem tentando implantar desde 2003, e do qual o Pronaci - Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – pretende ser a expressão atual.

O Pronaci busca justamente o enfrentamento à criminalidade no país articulando políticas de segurança com ações sociais; priorizando a prevenção e agindo sobre as causas que levam à violência, sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segurança pública. O inverso do praticado domingo no Rio de Janeiro.

Nunca é demais repetir: as políticas públicas devem ser constantemente reavaliadas frente às experiências vividas e às necessidades e expectativas da sociedade. Em matéria de segurança, a distância entre a teoria e a prática ainda é imensa; e proporcional à força com que ainda prevalecem velhos e ultrapassados conceitos.


Nenhum comentário:

Novas Materías do PORTAL CABO