Operação prende 26 pessoas por crimes na internet | |
Carolina Vanderlei Da Agência Nordeste |
RECIFE – Foram presas na manhã de hoje 26 pessoas acusadas de participar de uma organização criminosa especializada em crimes cibernéticos. Segundo a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), responsáveis pelas investigações, a quadrilha desviava recursos de clientes, de diversas instituições bancárias, para contas de pessoas previamente cooptadas.
A operação, batizada de “Carranca de Tróia” foi realizada em Pernambuco e no Ceará, e contou com a participação de cerca de 100 policiais federais e membros do MPF. Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, além de seqüestro de bens.
De acordo com informações preliminares do chefe da Polícia Federal em Juazeiro, na Bahia, Alexandre Lucena, a quadrilha pode ter roubado cerca de R$ 3 milhões. “Ainda estamos contabilizando isso. Esse dado é baseado apenas na quebra de sigilo bancário dos envolvidos. O valor pode ser ainda maior”, afirma. A organização criminosa tinha ramificações em Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Pará e vitimou no mínimo 600 pessoas em todo o Brasil.
Estima-se que os acusados faziam uma movimentação bancária de R$ 20 mil por dia em cada conta de laranja. “Hoje, prendemos dez laranjas, que eram os que tínhamos certeza de envolvimento. Mas o total pode chegar a 50”, afirma Lucena. Os laranjas recebiam em média entre R$ 100 e R$ 500 por operação.
Os criminosos atuavam a partir da criação de páginas falsas de instituições bancárias para capturar informações sigilosas digitadas pelas vítimas, que eram induzidas a acessar tais páginas a partir de mensagens que recebiam por e-mail, pelo site de relacionamento Orkut, ou pelo bate-papo instantâneo Messenger. Eles conseguiam esses dados através dos programas de computador Cavalos de Tróia, Trojans, keylogs ou Spywares, que deixam a máquina vulnerável ao ataque dos hackers.
De posse de tais informações bancárias, a quadrilha invadia as contas-correntes realizando transferências de valores para contas de laranjas. Para dificultar as investigações, os envolvidos atuavam a partir de computadores instalados em Lan Houses, Cybercafés, assim como a partir de computadores pessoais, ou ainda via celular.
Também foi constatado que policiais civis em Petrolina receberam, em julho, o pagamento de R$ 50 mil reais para permitir a fuga de integrantes do núcleo criminoso baseado na cidade. Segundo o delegado Lucena, os policiais chegaram a efetuar a prisão, mas liberaram os presos, depois de extorqui-los.
As investigações começaram em abril de 2007, quando a PF de Juazeiro recebeu uma denúncia sobre um dos acusados. “Nós quebramos o sigilo bancário dele e observamos que seu padrão de vida era incompatível com a sua renda. A partir daí, começamos a identificar os outros envolvidos”, afirma o delegado.
Neste momento, o MPF e a PF estão fazendo a ouvida dos envolvidos. Os nomes dos acusados apenas serão divulgados no final da tarde, quando o MPF e a PF concedem entrevista coletiva, com o balanço da operação.
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